Trabalho com nomes em uma sala de aula é muito rico, pois ao propor aos
alunos, por exemplo, que façam uma lista de nomes, o professor está
dando-lhes a oportunidade de confrontarem dificuldades, selecionarem
letras que já identificam, compararem letras iguais, perceberem
dificuldades ortográficas e questionarem dúvidas do processo de
aprendizagem.[Quebra Suave]Para se apropriar do processo de escrita a criança precisa construir respostas para duas questões:
- O que a escrita representa?
- Qual a estrutura do modo de representação da escrita?
A
criança, na fase inicial de sua alfabetização, não compreende a escrita
como representação da fala e sim como representação do objeto a que se
refere. Por isso a escrita do nome é de grande importância para a
aquisição e compreensão do sistema de escrita convencional.
As
atividades com nomes próprios precisam ir além da montagem de listas ou
simples reconhecimento de nomes de colegas ou familiares, é preciso que
haja desafios nas atividades para que ocorram situações de conflito
quanto à aprendizagem.
A
situação de conflito é a oportunidade da interferência do professor,
fornecendo dados, questionando, transformando as dificuldades em erros
construtivos, levando ao caminho do desenvolvimento e domínio do sistema
alfabético de escrita.
Trabalho com nomes em sala de aula
Podemos citar algumas atividades para o trabalho com nomes em sala de aula como:
caça-palavras
com os nomes dos alunos da classe, cruzadinhas de nomes, bingo de
nomes, montagem de listas de nomes com alfabeto móvel, com ou sem
modelo, organização da lista de nomes em ordem alfabética, organização
através da última letra, organização de nomes de meninos ou de meninas,
contagem de letras em cada nome para comparações como quais têm mais ou
menos letras, os que apresentam letras repetidas, os que apresentam
letras iguais às de outros nomes, organização de listas pela quantidade
de letras, iniciando do que tem mais para o que tem menos letras ou
vice-versa e muitas outras atividades.
A
cada nova descoberta da criança é preciso que se lance um novo desafio
para que ela sinta-se estimulada a continuar a busca pela informação.
As
dificuldades devem ser gradativas e possíveis de serem resolvidas para
que a criança não só se sinta desafiada como também capaz de soluções.
Numa
classe de desenvolvimento heterogêneo a formação de grupos produtivos
enriquece o aprendizado, crianças em fases parecidas de desenvolvimento,
trabalhando lado-a-lado, faz com que haja uma troca de idéias e
possibilita o desenvolvimento do conhecimento.
É
preciso que as atividades, para os que já apresentam algum conhecimento
sobre o sistema de escrita, apresentem maiores desafios, para isso uma
atividade bastante interessante é a criação de novos nomes usando as
primeiras sílabas de um e as últimas de outro, por exemplo:
MARTA e LAURA forma MAURA ou RICARDO e GUSTAVO forma RICARTAVO, ou procurar nomes escondidos dentro de outros nomes
MARIANA – MARIA e ANA, ou JULIANA – JULIA e ANA, ou ainda transformar nomes femininos em masculinos
PAULO – PAULA, ou transformar nomes em seus diminutivos
CARLA – CARLINHA, ou ainda transformá-los em plurais
PATRÍCIA – PATRÍCIAs.
Pode-se trabalhar, com os que já apresentam algum conhecimento da escrita, a brincadeira A QUEM PERTENCE?
O objetivo é a identificação dos nomes próprios e a iniciação à leitura.
Material: cartões contendo cada qual o nome de uma criança em letra maiúscula.
As
crianças recebem cada qual seu cartão, para aprender a reconhecer seu
nome escrito. Isso pode demorar algum tempo. Misturam-se depois os
cartões em uma caixa. Uma criança de cada vez retira um cartão. Todos
observam e dizem a quem pertence. Continua a brincadeira até que todos
os carões sejam retirados e, à medida que forem sendo reconhecidos, cada
criança coloca o cartão com o seu nome no peito.
As
possibilidades de atividades do trabalho com nomes são muito grandes,
têm papel significativo nas classes de alfabetização, porém a
competência do professor é fundamental para o desempenho do aluno, pois é
ele quem deve propor atividades, desafios e usar da intervenção, dos
questionamentos, é preciso que o professor entenda o que a criança pensa
e o que vai construindo no processo de escrita, para que a aprendizagem
ocorra com sucesso.
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